Conheça o Pintor Espanhol Villaronga, pintou várias fazendas pelo Brasil
Por Paulo Victor - 25 August, 2021

Conheça o Pintor Espanhol Villaronga, pintou várias fazendas pelo Brasil

José Maria De Panella Y Villaronga (1809 – 1894)

Século XIX

Nesse blog você vai conhecer mais sobre o grande artista espanhol Villaronga, que deixou suas marcas em várias fazendas do sudeste do Brasil. Conheça os afrescos pintados pelo arquiteto, decorador, pintor catalão José Maria Villaronga que chegou ao Brasil como refugiado político, naturalizou-se brasileiro em 1868 e passou a viver na cidade de São Paulo. Muitas das suas lindas obras estão nas fazendas do Vale do Paraíba, Rio Preto e Bananal, onde ali ele foi responsável pela decoração das Fazendas Resgate e Rialto, o Solar Aguiar Vallim e o Centro Cultural Carlos Cheminand.

Foto do auto retrato do Villaronga na Fazenda do Paraízo em Rio das Flores RJ

 

José Maria Villaronga y Panella (1809-1894), pintor, restaurador de arte sacra, arquiteto e engenheiro, nascido em Barcelona-Espanha. Foi artista ativo também na cidade de Campinas SP, gozou da apreciação popular, fez trabalhos de arquitetura como o conserto da ponte para Mogi-Mirim. Era pintor e algumas pinturas suas são encontradas em fazendas no interior de  São Paulo e no Rio de Janeiro.

 

Acredita-se que um desses dois homens seja o Pintor Villaronga

 

José Maria De Panella y Villaronga nasceu em Barcelona no ano de 1809 e faleceu em São Paulo em 1894, tendo imigrado para o Brasil, precisamente entre os anos de 1842 e 1846. As razões de sua vinda são pouco esclarecidas, mas é muito provável que o pintor tenha deixado seu país em função das guerras civis espanholas, da instabilidade política, social e econômica da primeira metade do século XIX, além da busca por melhores oportunidades de trabalho, já que, aparentemente, Villaronga não alcançara notoriedade como artista na Espanha, ao contrário de alguns de seus contemporâneos como os paisagistas Jenaro Pérez Villaamil (1807 – 1854) e Luis Rigalt (1814 – 1894).

Sala de Jantar da Fazenda do Paraízo em Rio das Flores RJ

O catalão foi pintor-decorador, dourador, encarnador, cenógrafo, retratista, e para além das artes pictóricas, exerceu também as funções de mestre de obras e arquiteto. Sua carreira contudo, não se iniciou, nem se desenvolveu na Corte, mas em importantes centros urbanos na região da Serra Acima, como Vassouras, Rio das Flores e Bananal. Na cenografia reformou e decorou inúmeros teatros na década de 1870, como o Teatro de Valença, o Teatro Santa Cecília em Bananal, o Teatro de Rink de Santos, o Teatro de Itu, o Teatro de Campinas, onde pintou também o pano de boca, o Teatro São João em Taubaté, e o Teatro São José em São Paulo, o qual reformou, pintou e decorou salas e camarotes.

 

Pintura do teto do salão azul da Fazenda Resgate em Bananal SP

 

Pintura do teto do salão azul da Fazenda Resgate em Bananal SP

 

Pintura da sala de jantar da Fazenda Resgate em Bananal SP

 

Pintura da sala de jantar da Fazenda Resgate em Bananal SP

 

Pintura do hall de entrada da Fazenda Resgate em Bananal SP

 

Seus trabalhos decorativos de maior relevância são as pinturas parietais realizadas em casas de vivenda de importantes famílias da classe senhorial escravista, durante os períodos de apogeu e grandeza do café, como a fazenda Secretário em Vassouras, as fazendas Resgate e Rialto em Bananal, a fazenda Paraíso em Rio das Flores, a fazenda Bom Sucesso em Paraíba do Sul, além de residências urbanas como a casa do Barão de Itambé em Vassouras e a dos Alvares de Magalhães em São José do Barreiro. Também pintou e reformou igrejas em diversas cidades do vale paraibano fluminense e paulistano.

 

Pintura na sala da Fazenda Rio Claro em Lavrinhas SP

 

Pintura na sala da Fazenda Rio Claro em Lavrinhas SP

 

Pintura na sala da Fazenda Rio Claro em Lavrinhas SP

 

Pintura na sala da Fazenda Rio Claro em Lavrinhas SP

 

Artista absoluto, Villaronga circulou pelo campo das artes e da engenharia, foi homem de grande espírito empreendedor, coordenou equipes de artífices, foi requisitado pelos barões do café e bajulado pelos cronistas da época. Na pintura mural decorativa brasileira do século XIX, assinou seu nome como pintor das múltiplas habilidades.

Capela Nosso Senhor dos Passos em Juiz de Fora MG

Capela Nosso Senhor dos Passos em Juiz de Fora MG

Capela Nosso Senhor dos Passos em Juiz de Fora MG

 

Um dos mais tristes momentos que tive pesquisando a história do Villaronga foi quando me deparei com as belíssimas fotos da Fazenda Rialto em Bananal e vi que tinha sido demolida, veja abaixo as fotos e as belas obras demonstradas:

Fazenda Rialto em Bananal SP

Fazenda Rialto em Bananal SP

Fazenda Rialto em Bananal SP retratada nas próprias paredes.

Fazenda Rialto em Bananal SP

 

Segue abaixo alguns outros locais que Villaronga pintou:

Palacete do Barão de Itambé em Vassouras RJ

Palacete do Barão de Itambé em Vassouras RJ

Fazenda do Secretário em Vassouras RJ

 

Se você conhece outros locais que esse renomado pintor da época tenha pintado, nos mande uma mensagem, podemos melhorar ainda mais esse conteúdo. Espero que tenham curtido e se sim , compartilhe.

 

25 August, 2021

O caso da destruição das pinturas parietais da sede da Fazenda Rialto, Bananal SP

Este artigo trata dos murais artísticos oitocentistas da sede da Fazenda Rialto, em Bananal, destruídos em 1996, que constituíam um dos mais importantes conjuntos de pinturas ambientais de temática profana produzidos no Estado de São Paulo no período correspondente ao primeiro ciclo da cultura do café.

Ler mais
26 August, 2021

O maior torturador de escravos do Brasil

A história de hoje é sobre um homem rico, nasceu no século XVIII, chamado Garcia d´Ávila Pereira de Aragão, ele morou na casa da Torre, e foi um dos maiores torturadores de escravos, foi um homem muito cruel, e relatamos no blog algumas torturas praticadas na época e que estão relatados no livro inquisição & sociedade de Luiz Mott.

Ler mais
26 August, 2021

Curiosidades sobre a fazenda Santa Gertrudes

A fazenda com sua arquitetura francesa e já centenária recebe visitas levando-as aos tempos áureos do café desde a colheita até ao embarque na estação de trem, passando por todos os processos intermediários. O nome da fazenda surgiu através de uma homenagem que o Amador de Lacerda Rodrigues Jordão fez a sua mãe Gertrudes Galvão de Moura Lacerda após sua morte e assim surgiu o nome “ Santa Gertrudes”.

Ler mais