O Brasil há 500 anos atrás
O Brasil há 500 anos atrás
Hoje estamos começando uma sessão de textos que contam nossa história. A história da nossa nação. E é tão importante saber da nossa história, não é? Apesar de nossos assuntos serem voltados a fazenda, isso faz parte da história do Brasil e do nosso passado.
A seção de História do Brasil procura organizar os períodos que abarcam o desenvolvimento histórico e a formação da sociedade brasileira.
A História do Brasil é dividida em três períodos principais: Período Colonial, Período Imperial e Período Republicano. Hoje vamos falar de antes disso, vamos contar sobre como era a sociedade no período pré-cabralino e pré-colonial.
Tais divisões existem apenas para organizar os principais conteúdos sobre a formação do Brasil, tendo como ponto de partida o ano do descobrimento. Entretanto, sabemos que, no território em que se “formou o Brasil”, havia, antes, várias tribos nativas com aspectos culturais muito particulares. Mesmo antes da formação dessas tribos, houve também povos primitivos que deixaram os vestígios de sua cultura em vários lugares do território brasileiro há milhares de anos.
A história do Brasil não possui um marco inicial bem definido. Tradicionalmente, existe uma datação sobre a chegada dos portugueses com Pedro Álvares Cabral, em 22 de abril de 1500, à região costeira de onde hoje é a Bahia. Seria esse então o “descobrimento do Brasil”. No entanto, podemos ressaltar que se trata da descoberta dos portugueses ate porque diversos grupos étnicos já habitavam o território que veio a ser o Brasil muito antes de qualquer europeu desembarcar nele.
É importante entender que o Brasil que conhecemos é o resultado histórico de diversos projetos distintos que se sucederam em uma delimitação geográfica específica. Primeiro tratava-se de um projeto de conquista; depois, um projeto de colonização; já no século XIX, um projeto de Império e de constituição de um Estado-nação; e, por fim, um projeto de Brasil República, que é o que se tenta manter até hoje.
Nossos hinos, bandeiras, brasões, emblemas, palavras de ordem, e tudo aquilo que nos remete à identidade nacional, dizem respeito a essa construção. Portanto, seria mais preciso nos referirmos ao processo da chegada dos portugueses como a invenção do Brasil, da qual se sucederam projetos diferentes.
https://www1.folha.uol.com.br/fol/brasil500/
Período Pré-Cabralino
O período pré-cabralino é marcado inicialmente ao antes da chegada dos portugueses até o ano especifico do ocorrido em que é chamado de “descoberta do Brasil”
Quando os portugueses ancoraram no litoral brasileiro, já existiam cerca de dois milhões de indígenas integrando os povos pré-cabralinos. Ou seja, muita história já existia aqui antes da invasão europeia.
Dentre todos os povos indígenas que habitaram o Brasil de norte a sul, podemos destacar os grupos Pataxó, Nambikwara, Macro-jê e Aruaque. Os índios Pataxós e Nambikwaras eram coletores no litoral de Santa Catarina, Paraná e São Paulo. Antes da chegada dos portugueses, havia diversos grupos étnicos ocupantes do território. O período diz respeito à história que antecede o contato desses povos separados pelo Atlântico.
Contudo, os tupis formaram o maior grupo indígena da época anterior ao descobrimento, sendo que suas tribos iam desde o Rio Grande do Norte até o Rio Grande do Sul. A contribuição específica desse grupo foi importante para a formação da cultura brasileira, principalmente na influência sobre nosso idioma.
No total do território brasileiro, a família linguística tupi-guarani foi a encontrada em maior número. Os tupis desenvolveram aldeias compostas por uma população variando entre 500 e 800 habitantes. Além disso, plantavam batata-doce, milho, pacova, abacaxi, mandioca, entre outras culturas.
Os indígenas do Brasil pré-cabralinos viviam em tribos, sendo seu chefe político o cacique. Havia também o pajé, que era o responsável pela vida religiosa e tratamentos medicinais, através da cura com ervas, plantas e rituais místicos.
Os nativos das terras brasileiras possuíam sua própria cultura, religião e costumes, ao passo que viviam basicamente da caça, pesca e agricultura.
Confeccionavam objetos artesanais com elementos da natureza: cerâmica, palha, cipó, madeira, dentes de animais etc. E a religião indígena baseava-se na crença em espíritos de antepassados e forças da natureza.
Quando promoviam festas e cerimônias religiosas, dançavam, cantavam e pintavam os corpos em homenagem aos antepassados e aos espíritos.
Estima-se que os primeiros povos começaram a habitar o território onde hoje é o Brasil há 60.000 anos. Contudo, devido a esse enorme traçado temporal muito foi perdido da integridade dessa história.
Um dos indícios mais trabalhados sobre o território brasileiro são os sambaquis, que consistem em depósitos de matéria orgânica e calcário formados pela ação humana e que sofreram um processo de fossilização. Eles oferecem informações importantes sobre as primeiras populações que habitaram nosso território por volta de 2.000 a 8.000 anos atrás.
Com a chegada dos jesuítas, em meados do século XVI, uma série de “obras gramaticais” foi produzida com o objetivo de normatizar algumas “línguas dificultosas” da colônia. Foram catalogados conhecimentos valiosos sobre línguas indígenas do período que corresponde à chegada dos portugueses à América.
Assim se descobriu que existiam quatro grupos linguísticos principais, sendo eles: os tupi-guarani, os caraíba, os macro-jê e os arauaque. Desses troncos linguísticos, como também são chamados, derivam uma série de grupos étnicos e variações linguísticas que dão origem aos idiomas indígenas modernos.