Fazenda Ibicaba

Resumo Histórico

FAZENDA IBICABA

Cordeirópolis - SP #fazendaantiga22

 

1817

Fundada em 1817 pelo Senador NICOLAU PEREIRA DE CAMPOS VERGUEIRO, a  Fazenda Ibicaba foi sede da primeira e uma das mais importantes colônias  do Brasil.

Foi a pioneira na substituição de mão de obra escrava pela de imigrantes europeus, principalmente Suíços e Alemães, trinta anos depois de sua fundação.

O Senador Vergueiro foi o responsável pela vinda  dos primeiros imigrantes da Europa, muito antes da abolição da  escravatura. Sua empresa "Vergueiro e Companhia" recrutava os  imigrantes. Financiava a viagem e o imigrante tinha que quitar sua dívida  trabalhando por, pelo menos, quatro anos.

A cada família cabia um número  determinado de pés de café que pudesse cultivar, colher e beneficiar,  além de roças para o plantio de mantimentos. O produto da venda do café  era repartido entre colono e fazendeiro, devendo prevalecer o mesmo  princípio para sobras de mantimentos que o colono viesse a vender.

Esses contratos ficaram conhecidos como " Sistema de Parceria". Cerca de mil  pessoas entre portugueses, suíços e alemães viviam em ibicaba, que era quase independente, havendo até circulação interna de moeda própria.  Durante uma década, o modelo de colonização obteve sucesso e serviu de  exemplo para todo país.

Devido a sua importância para a economia de São Paulo e ao  reconhecimento da influência política do Senador Vergueiro, a Fazenda Ibicaba recebeu grandes personalidades, entre elas Dom Pedro II, a  Princesa Isabel e o Conde D'eu.

Foi usada durante a Guerra do Paraguai como estação militar. A extinção do tráfico negreiro em 1850 levou  muitos fazendeiros a implantar o mesmo "sistema de parceria" criado  pelo Senador Vergueiro.

Os imigrantes, além de exercerem grande  influência cultural, contribuíram com novas técnicas de produção: utilização de arado na plantação de café, eixo móvel para carroças e  demais utensílios agrícolas.

A oficina de Ibicaba fornecia máquinas e  instrumentos para a região, posto que muitos imigrantes não tinham vocação agrícola, mas eram excelentes artesãos. Um dos primeiros motores  a vapor de São Paulo foi importado pela Ibicaba e hoje encontra-se em um museu em Limeira-SP.

Porém as dificuldades enfrentadas pelos colonos na adaptação ao clima e culturas locais, aliadas à subordinação econômica aos fazendeiros por não conseguirem saldar suas dívidas baseadas numa  contabilidade questionável, foi-se criando uma crise que, em 1856, culminou na "Revolta dos Parceiros" ou insurreição dos imigrantes  europeus, tendo, como palco, a Fazenda Ibicaba, a maior produtora de  café da época.

A revolta foi comandada pelo suíço Thomaz Davatz, que conseguiu inclusive que as autoridades suíças tomassem conhecimento das condições em que viviam os colonos. Tomaz Davatz, ao retornar a Europa, escreveu o livro "Memórias de um colono no Brasil", cujo teor inibiu o ciclo da imigração e que, até hoje, ajuda-nos a compreender este  período histórico.

Em 1886, foi criada a sociedade promotora da imigração, que se encarrega de uma grande campanha publicitária para atrair mão de obra  estrangeira, publicando panfletos vendendo a imagem do Brasil como um maravilhoso país tropical e apagando a impressão negativa deixada pelo  livro de Davatz.

Em 1877, chega o primeiro grande grupo de italianos para São Paulo, com cerca de 2000 imigrantes. É a política oficial da  província, atraindo braços para a grande lavoura. A partir de 1882, o movimento cresceu assustadoramente e o estado, pela primeira vez, destina verbas para apoiar os imigrantes, criando inclusive a "Hospedaria do  Imigrante", onde ficavam gratuitamente por 7 dias esperando pelo fazendeiro que os fosse contratar.

A imigração italiana foi a que obteve o maior sucesso, tanto do ponto de  vista de adaptação dos imigrantes, como de sua produtividade. Tal sucesso se deve a procedência rural da maior parte dos italianos, vindos principalmente da Itália Meridional, então terra de latifúndios.

A  identidade religiosa também foi um fator favorável, num tempo em que  havia muita intolerância nesse terreno, devido ao grande poder da Igreja  Católica.

Até hoje, há predominância de sobrenomes italianos na região,  que venceram as dificuldades iniciais, se estabeleceram definitivamente nesta terra, criaram raízes e permaneceram para sempre.

 

Trecho do livro “1889...”, de Laurentino Gomes, conta parte da antiga história dessa famosa fazenda do interior paulista. Uma história que começa juntamente com um improvisado e atrasado Projeto Monárquico de imigração de pobres europeus: “(...) Uma das primeiras tentativas aconteceu por iniciativa do senador paulista Nicolau de Campos Vergueiro. Vergueiro havia obtido da coroa portuguesa doações vastas de porções de terras na região de Piracicaba, Limeira e Rio Claro, no interior de São Paulo. Em 1846, iniciou o assentamento de imigrantes europeus na sua fazenda Ibicaba pelo sistema de parceria. As primeiras 364 famílias vinham da Bavária e da Prússia, na atual Alemanha. Antes de partir da Europa, os colonos assinaram um contrato pelo qual o fazendeiro se comprometia a lhes pagar a passagem de navio, transporte e alimentação até o local de trabalho. Em troca assumiam o compromisso de cultivar as lavouras até ressarcir o proprietário inteiramente desses valores, pagando 6% de juros ao ano. Receberiam uma parte da produção de café, mas eram obrigados a vendê-la ao próprio fazendeiro pelo preço que lhe conviesse e do qual seriam abatidos os custos de transporte e beneficiamento dos grãos, entre outros.

Ao chegar ao Brasil, os imigrantes logo perceberam que as exigências contratuais de Vergueiro os colocavam na situação de escravos brancos. Como resultado, em fevereiro de 1857 uma revolta de estrangeiros estourou na fazenda Ibicaba. Os colonos alegavam que o fazendeiro lhes comprava o café por preços inferiores aos do mercado, mas ao mesmo tempo lhes vendia mercadorias a preços extorsivos. Muitos deles, depois de trabalhar vários anos, se encontravam mais endividados do que na época de chegada ao Brasil. O tratamento dispensado dos feitores era semelhante ao vigente nas antigas senzalas.

Alguns desses imigrantes voltaram para a Europa, onde escreveram livros denunciando a fraude da imigração para o Brasil.”

 

Fonte: Site da Fazenda Ibicaba e Trecho do livro “1889...”, de Laurentino Gomes

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Ano

1817

Visitação

Sim

Hospedagem

Sim

Eventos

Sim

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