FAZENDA NOSSA SENHORA DO BOM SUCESSO
Cordeiro - RJ #fazendaantiga1
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1869

A Fazenda Nossa Senhora do Bom Sucesso localiza-se no Vale do Paraíba, após à entrada da cidade de Cordeiro em direção à hidroelétrica Santa Rosa. Sua construção data do século XIX e originalmente era uma fazenda cafeeira.

Antônio de Faria Salgado foi quem possivelmente fundou a casa sede, ele era cafeicultor em Euclidelândia. Casou-se com Maria Clara Teixeira da Silva Freire, filha de Caetano da Silva Freire que já era o proprietário das terras pertencentes à Fazenda de Bom Sucesso. A sede da Fazenda de Bom Sucesso foi construída com enorme solidez e um belo trabalho de cantaria. O porão era onde ficava a senzala. Consta que a fazenda já possuía 121 escravos em 1853 e que mais 83 foram adquiridos após a morte de Caetano. Uma das poucas fazendas de café fluminense, senão a única, com três pavimentos, compreendendo também uma planta incomum em “T” invertido.

Mais tarde, a fazenda passou à família Monnerat, à Eponina e Agenor, que era bisneto do casal suíço François Xavier Monnerat e Elizabeth Koller que chegaram à Nova Friburgo no início do século XIX. Com o passar do tempo, as terras foram sendo divididas e vendidas, sobrando apenas uma área pequena em torno da sede.

A fazenda depois foi adquirida pela família Faria e os irmãos cineastas Reginaldo Faria(ator também) e Roberto Faria usaram a casa para filmar a comédia "Quem tem medo do Lobisomem" (1974). Depois a fazenda foi vendida para Lia Neves da Rocha e seu filho, que restauraram e mobiliaram cuidadosamente a sede.

Das construções originais, a fazenda mantém apenas a casa-sede, alterada por reformas na década de 1980, e o local dos antigos terreiros de secagem de café. Possui três pavimentos em sua fachada principal e dois na empena de fundos. 

A casa-sede apresenta uma arquitetura que a distingue das outras fazendas de café da região, possuindo dois pavimentos nobres sobre um porão habitável. O porão possui cinco vãos de porta com gradis em ferro fundido, todos com vergas retas. A escada de acesso ao primeiro pavimento nobre é margeada por costaneiras em pedra, com dois lances opostos, paralelos à fachada e com gradil de ferro. Nas portas de entrada encontram-se as aldravas douradas de mandíbulas de leões. O segundo pavimento nobre possui dez janelas e três sacadas.

Outros elementos relevantes constitutivos de sua composição são a simetria quase religiosa de suas fachadas e as proporções imponentes do conjunto. A construção austera impressiona com o branco da caiação parietal muito bem marcado pelas linhas de força do conjunto, expressas pela pedra utilizada nos embasamentos, cunhais com capitéis dóricos, cercaduras dos vãos e escada.

Tanto o telhado do corpo principal quanto do corpo secundário possui recobrimento por telhas capa e canal do tipo colonial, sendo contabilizadas ao todo sete águas, acrescidas de água única sobre a varanda, de construção mais recente

Credito das fotos:@vabobiel